A importância da dança para o crescimento pessoal

 

A dança nos emotiva, nos anima, nos provoca sensações indescritíveis e tem o poder de transformar vidas. 

Sabendo disso, convidamos Carlos Daniel de Andrade (MS), Eduarda Waleska (MG) e Amanda Melgaço (MS), participantes do Show de talentos do FNB 2019, para compartilhar conosco o que a dança representa em suas vidas, como começaram a dançar e o que sentem quando dançam. 

O Show de talentos é uma competição optativa de talentos artísticos (cantar, declamar, dançar, etc.), na qual os participantes que desejam participar podem demonstrar suas habilidades.

 

 

“A dança pra mim é tudo e tudo que me movo é para dança.”

por Carlos Daniel, Delegação Pantaneira

Não sei por onde começar é muito difícil falar de algo que você ama de toda a sua alma, de todo seu coração. Resumindo completamente tudo que eu tenho para falar, eu acho que essa frase se encaixa certinho sobre a minha vida inteira que diz assim: “faça de uma queda um passo de dança”.Literalmente minha vida inteira teve sempre altos e baixos e sempre estive feliz passando por várias coisas ruins, pois a dança só me fez mais forte.

 

Literalmente minha vida inteira teve sempre e baixos e baixos e eu sempre estive feliz passando por várias coisas ruins, pois só me fez mais forte, danço profissionalmente, estudando e etc há mais de dois anos, mas a dança sempre esteve presente na minha vida e a dança pode transformar a vida de uma pessoa que vocês não têm ideia como, por exemplo, na aceitação pessoal e principalmente pode demonstrar muito mais do que palavras. A dança tem um campo tão amplo para todo mundo se sentir bem e aconchegado num estilo que bem se entender.

Há exatamente dois anos e meio atrás entrei no projeto chamado rede solidária em que no início queria apenas fazer aula de percussão e violão, certo dia uma amiga chamou para fazer dança porque ela sabia que eu gostava muito de dançar e mal eu sabia que aquele dia que ia mudar toda minha vida.

No primeiro dia em que entrei na sala de dança fiquei com muito medo de me soltar, mas o professor me fez me sentir tão bem, sempre quando não tinha aula de percussão ou violão eu iria para aula de dança e depois disso acabei deixando percussão e violão de lado ficou tão focado na dança e queria tanto aprender mais e mais.

 

O projeto fez com que jovens, assim como eu, que eram apaixonados pela dança soubessem o quanto ela era tão grande. Cada dia que passa me apaixono mais pela dança. 

Foi na dança em que eu me aceitei o tipo de pessoa que eu sou e sei que por estar dançando hoje, no palco, dando aula numa sala de dança ou até mesmo falar que eu sou um bailarino, não foi fácil chegar aqui. Sei que para realizar os meus sonhos vai ser muito mais difícil, mas ainda bem que eu sei que tenho coragem, força e o principal de tudo: o amor. E termino esse texto com a frase: A dança pra mim é tudo e tudo que me movo é para dança.”

 

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Carlos Daniel de Andrade, delegação Pantaneira 2019

 

 

 

“O mundo gira e a dança também. E eu, como uma forte aspirante da arte e de suas linguagens, sigo o fluxo e o movimento, e vou dançando pelo mundo como posso”

por Eduarda Waleska, Delegação Mineira

 

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Falar sobre o que é dança para mim é algo muito leve, mas muito complexo ao mesmo tempo. 

Das memórias que ainda tenho quando eu era uma neném, me lembro dançando e formando uma consciência corporal, super influenciada pelos hits do pop dos anos 80 e 90.

Comecei a fazer aulas regulares bem cedo – com 3 ou 4 anos – e migrei para vários estilos. Fui do clássico ao street dance, da dança do ventre ao afro, do contemporâneo ao street jazz. É um processo às vezes não tão claro quanto gostaria que fosse sobre o que é dançar e qual dança você é. Mas no final acaba sendo isso, a gente é dança. E como isso é gostoso.

Acredito que, de uma forma geral, dançar para o ser humano é uma das formas mais subjetivas e intensas de expressar uma opinião ou sentimento. O ato de dançar para muitos pode ser bobo, para outros existe um bloqueio entre seu corpo movimentar e pessoas assistindo, mas uma coisa é certa: o dançante é aquele que não teme nada, é quem está aberto às novas possibilidades e seu campo de visão não se limita aos olhos.

Eduarda Waleska, Delegação Mineira

Por isso que quando danço procuro me exaltar durante a dança, seja uma variação ou um freestyle. Não dá para dançar somente por se mover por fora. Tem que remexer tudo por dentro também, tem que conectar com si mesmo para transbordar uma abundância infinita. Quem já teve a experiência sabe do que eu estou falando.

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A dança é também, independente do estilo, política. Nunca foi e nunca será apenas uma coreografia passada. É uma (ou mais) camada(s) da sociedade exposta(s) por outro viés. É afirmação sobre uma identidade de uma nação e cultura. É sobre existir e resistir, sobre ser quem você quer ser, sem amarras ou paradigmas. E cada vez mais é necessária ter essa consciência, para os dançantes e não dançantes.

É preciso valorizar e preservar caminhadas e histórias anteriores da sua, é entender que nenhuma linguagem artística é melhor que outra e consequentemente nenhuma dança é mais bonita que outra. É necessário um olhar aberto e preciso para saber identificar as diferentes técnicas e abordagens sem pesar para nenhum lado. Por esse motivo que a dança nunca deixou de existir e nunca deixará.

 

 

“A dança é a linguagem escondida da alma.”

por Amanda Melgaço, Delegação Pantaneira

 

A arte na minha vida estava longe de ser algo escolhido ou programado. Sempre foi algo involuntário, não me lembro de chegar na minha mãe e dizer “eu quero dançar”, mas a energia ao imitar um show na frente da televisão transpareceu tão cedo que foi difícil surgir dúvidas, até que minha família não teve outra escolha a não ser o famoso e amado Ballet Clássico. E com 3 aninhos de idade, lá estava a Amanda de collant e tutu rosa se apresentando no famoso Teatro Glauce Rocha de Campo Grande, eu adorava.

Contudo, quando eu estava entrando na pré-adolescência, conhecendo meus medos, fragilidades, talentos, limites, certo dia a sociedade me obrigou a conviver com situações que a meu ver eram totalmente diferentes das descobertas feitas nos últimos dias: o bullying, por conta do meu cabelo cacheado, o corpo muito magro e a questão financeira. (já tinha passado por isso antes, mas como era muito nova, não entendia a seriedade da situação).

 

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Amanda Melgaço, Delegação Pantaneira

Os insultos, que eram apenas em ambiente escolar, se entendeu para a família e um dos lugares que eu mais amava, o ballet, o único lugar do mundo que mantinha minha concentração atiçada, foi destruído, com insultos e ódio gratuito. Ao chegar neste ponto, minha saúde psicológica já estava totalmente abalada e minha autoestima já nem existia mais, queria me afastar de tudo a minha volta. Por isso não pensei duas vezes em desistir, sai de um dia para o outro, sem dar motivos e explicação, eu simplesmente sumi.

Os insultos só pararam quando mudei de turno e no meio de tanta guerra consegui me apaixonar pelo teatro. Durou apenas 1 ano e por questões financeiras tive que abandonar esse sonho, mas nunca me esqueço da sensação, liberdade e paixão que senti em cima daquele palco. Lá eu podia ser quem eu quisesse na hora que eu quisesse e sem julgamentos. Então foi ai que eu percebi o espaço tão imenso que a dança e a atuação ocupam em meu coração.

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Os últimos anos passaram voando assim como a formatura, foi um período para pensar em mim e começar o trabalho mais difícil que já fiz: a minha aceitação. Mas tudo o que eu fazia se tornava mais complicado, passei por perdas e decepções que me fizeram repensar na minha existência, uma perda de identidade, e o pior é que eu não tinha nada para escapar dessa pressão. 

No ano seguinte me deparei com o pavor de todo adolescente, o ensino médio. O que eu não sabia era que ele iria me transformar completamente. Quando cheguei, estava completamente, saturada e não existia esperança, muito menos a vontade de ir para lá, mas de uma coisa eu tinha certeza “eu preciso me descobrir, aliás, quem sou eu?”, tentei de tudo um pouco, mas não encontrava a paz que eu precisava.

Certo dia, por algum motivo eu explodi, era uma sensação muito estranha, todos os sentimentos enterrados dentro de mim se juntaram em um só e precisava sair. Sem pensar duas vezes, me tranquei em uma sala da escola e ali mesmo no escuro eu reencontrei a melhor forma de expressão já inventada, a dança, e dessa vez foi totalmente diferente. Senti a emoção e alivio tomar conta da minha alma e mesmo sem regras, sem música, eu sabia exatamente o que estava fazendo. 

Finalmente encontrei o meu propósito, a liberdade de ser quem eu sou e poder transmitir o que eu sinto para outras pessoas sem dizer ao menos uma palavra.

Depois desse dia ampliei meus conhecimentos sobre diversos estilos de dança e, praticamente obrigada por algumas amigas, entrei para o clube de dança da escola no qual me tornei líder em menos de 1 mês. O clube funcionou durante 2 anos e, no último ano, por motivos de pressão do Terceirão e Enem, tive que cancelar. Mas eu e uma amiga continuamos com apresentações paralelas e individuais durante toda a época escolar.

 

Hoje em dia eu curso Jornalismo na Universidade Federal, mas nunca descartando minhas paixões pelo palco. A dança transformou minha vida e me ajuda até hoje nos momentos mais difíceis, tivemos uma longa história de amor e ódio. 

Por mais que esse texto seja gigante, ele é só um resumo desse meu conturbado relacionamento. Que todos vocês alcancem seus sonhos e espero encontrá-los em um dos palcos da vida.

 

 

E Vamos dançar?

Ufa! Depois dessas histórias tão inspiradoras, chegou a hora de você dançar também, preparamos uma playlist no You Tube com algumas coreografias de músicas que já animaram o Fnb:

 

https://www.youtube.com/playlist?list=PLzs3VRbYCjQWSCYyDISBKxwI2q2zZs_wm

 

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